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Taxa de homicídios desafia JF

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24NOV

     Em 25 anos, entre a década de 1990 e os últimos anos, Juiz de Fora saiu de 4,4 homicídios por 100 mil habitantes para 28,4 homicídios por 100 mil habitantes, apresentando um aumento de 238%. De uma cidade pacífica e ordenada, Juiz de Fora viu explodir a taxa de homicídios. Assim, deixou o grupo das cidades menos violentas do país e poderá em breve estar no noticiário nacional como mais um caso de fracasso na segurança pública. Enquanto Rio e São Paulo ultrapassavam a barreira dos 40 homicídios por 100 mil no mesmo período, São Paulo reduziu 77%, de 53,6 em 1999 para 12,0 em 2012. Portanto, é preciso estudar profundamente o que ocorre na cidade, que tinha um padrão quase uruguaio de violência na década de 1990 e passou conviver com índices alarmantes. Até o dia 23 de novembro de 2016, a cidade já contabiliza 140 assassinatos. Em 2015, ocorreram 131 homicídios. No mesmo período, tinham ocorrido 141 assassinatos em 2014 e 139 assassinatos em 2013. Os dados estão sendo analisados pela presidência da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, que integra o Laboratório de Estudos da Violência em Juiz de Fora.
     Leandro Piquet Carneiro, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, vem acompanhando atentamente o aumento da violência em Juiz de Fora e o crescente número de assassinatos na cidade a partir de 2010. Segundo o pesquisador, se nada for feito pelo estado e pela sociedade, a meta para 2017 será fixada pela ‘mão invisível’ do crime, por centenas de traficantes de drogas ou por jovens em busca de vingança, uma vez que o número crescente de homicídios alarma a cidade. Apenas nos três primeiros meses de 2016 já tinham ocorrido mais crimes violentos do que em todo o ano de 2006. E o pior, aponta o estudioso, em 2013 ocorreram 139 homicídios na cidade, o que equivale a uma taxa de 28,4 homicídios por 100 mil habitantes, situando Juiz de Fora acima da média nacional, que em 2012 foi de 20,4. Dez anos antes, a taxa de homicídios na cidade era de 8,4 por 100 mil habitantes. Enquanto o país melhorou entre 2003 e 2012, graças à diminuição dos homicídios em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
     Os números de Juiz de Fora desafiam os gestores públicos e a sociedade. Pouco foi feito de concreto para enfrentar essa triste realidade, enfatiza Leandro Piquet Carneiro, e 2016 terminará com um índice de assassinatos ainda pior do que o ocorrido nos últimos 10 anos. O que equivaleria a um novo aumento na taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Até agora, 2016 mostra um aumento no número de homicídios. A OAB Subseção Juiz de Fora, a Comissão de Segurança da Câmara Municipal, a UFJF e a Prefeitura de Juiz de Fora criaram o Laboratório de Estudos da Violência, abrigado junto ao Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da UFJF, visando pesquisar, debater e enfrentar a realidade do aumento da violência. A pergunta feita em outras cidades que reduziram a criminalidade violenta precisa ser feita em Juiz de Fora ao poder público e às organizações da sociedade civil que se mobilizaram diante do problema: - Qual é a meta de homicídios para 2017? A cidade continuará refém desta triste realidade violenta e da matança sem fim?

 

Texto: Jorge Sanglard (Jornalista e pesquisador)
Ilustração: Jorge Arbach

 

Fonte: http://Tribuna de Minas – Opinião – 24/11/2016


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